Em menos de um ano, as conversas entre as lideranças das duas instituições, a ESCAS/IPÊ – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade e a ELTI (Environmental Leadership & Training Initiative), a iniciativa de Liderança e Capacitação Ambiental da Escola de Silvicultura e Estudos Ambientais da Universidade de Yale, nos Estados Unidos já contabilizam resultados.

Eduardo Badialli, coordenador de cursos livres da ESCAS, destaca os caminhos que levaram a parceria para dentro do projeto Semeando Água. “No final de 2017 a ESCAS firmou parceria com a Iniciativa ELTI para diversas capacitações na área de conservação e restauração de paisagens em locais onde o IPÊ já desenvolve projetos. Após realizar a primeira capacitação no Pontal do Paranapanema procuramos a equipe do Projeto Semeando Água para desenvolver e aplicar curso semelhante na região do Sistema Cantareira onde o projeto atua”.

A diretora adjunta da ELTI, Desirée Lopes, afirma que o curso trouxe nova dinâmica de trabalho que superou as expectativas. “A parceria com a ESCAS, dentro do projeto Semeando Água, foi uma experiência interessante que demandou da ELTI um novo formato de curso. Para atender da melhor forma possível o público formado por produtores rurais de uma região que envolve oito municípios, optamos por três encontros, um por semana. Com essa dinâmica os participantes tiveram o tempo necessário, após cada encontro, para observar de outra forma a própria propriedade e identificar com base no conhecimento compartilhado o potencial existente e até então subaproveitado. Para a ELTI, o curso é o ponto de partida, já que oferecemos apoio continuado aos nossos ex-alunos para que eles ponham em prática o que aprenderam durante o curso”.

O extensionismo rural é uma das mais importantes expertises do IPÊ, que acredita na educação como base da transformação socioambiental para a sustentabilidade. A informação via cursos e capacitações tem modificado o modo de produção em áreas intimamente ligadas a regiões florestais. Sejam proprietários de terra, assentados rurais ou comunidades na Amazônia, as pessoas têm aplicado novos modelos de uso do solo em benefício da biodiversidade. Na região do Sistema Cantareira, cursos de capacitação voltados aos produtores rurais possuem papel central na conservação do solo e da água.

“Todos os participantes quando concluíram o curso revelaram nova percepção sobre a importância de proteger as nascentes e os cursos d’água. No último dia de aula, muitos desenvolveram estratégias para proteger o recurso hídrico e distribuir da melhor forma, com baixo custo, a água na propriedade. Os serviços ecossistêmicos ficam muito evidentes na região do Sistema Cantareira, que abastece 7,6 milhões de pessoas da região metropolitana de São Paulo. Ações que começam no sítio de cada produtor real têm potencial de contribuir com a sociedade, o que aumenta a responsabilidade de todos os envolvidos”, afirma Miriam Perilli, coordenadora de cursos de capacitação em restauração ecológica e conservação de paisagens florestais da ELTI no Brasil.

Badialli também comemora essa primeira ação. “Com o curso, produtores rurais e demais agentes atuantes na região puderam planejar suas propriedades na perspectiva de atender ao binômio ‘conservar-produzir’. Agradeço a toda equipe do Projeto Semeando Água pelo sucesso desta capacitação já planejando realizar outras no futuro próximo”.