Você já pensou em todas as tarefas que realiza para cuidar de sua casa? Organização, limpeza, reparos, compras. E quando se trata de um espaço coletivo, que é utilizado por mais pessoas – como um centro comunitário, uma escola, uma horta? Quantas ações precisam ser realizadas para cuidar de um espaço? E para tornar um espaço mais acolhedor e sustentável? Pensando sobre estas questões muitas pessoas se organizam em grupos e coletivos com o objetivo de iniciar, cuidar e melhorar espaços de convivência. 

 

Para realizar e cuidar das ações de sustentabilidade, as Escolas Climáticas estão dando início à formação de seus coletivos socioambientais. As escolas estão  localizadas na região do Sistema Cantareira, onde são realizadas atividades de educação ambiental do Projeto Semeando Água, uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, com patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental. As Escolas Climáticas do Cantareira contam também com o patrocínio do Instituto Alair Martins (IAMAR).

As ações de sustentabilidade realizadas nas escolas contribuem para aumentar a segurança hídrica do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de mais de 7 milhões de pessoas, e constituem medidas de mitigação e adaptação para o enfrentamento dos efeitos da crise climática. Podem ser implantadas medidas como: melhoria do uso da água, gestão de resíduos, produção de mudas e plantio de árvores nativas. Algumas escolas deram início aos seus sistemas agroflorestais.

Os coletivos são constituídos principalmente por estudantes, mas o convite é feito a pessoas da comunidade local, professores, corpo administrativo e funcionários que têm interesse na conservação ambiental  e vontade de pensar em projetos para serem colocados em prática dentro das escolas. São grupos de 20 a 25 pessoas, que passam por um workshop com a equipe de educação ambiental do IPÊ.

A Escola Estadual Professora Clélia de Barros Leite da Silva, localizada no bairro Cuiabá, no município de Nazaré Paulista, foi a primeira a formar o seu coletivo. O grupo conta com estudantes dos anos finais do Ensino  Fundamental e do Ensino Médio, professores, diretor  e pais de alunos. 

 

 

O objetivo dos coletivos é determinar e gerir os projetos socioambientais que serão realizados nas escolas. O Semeando Água do IPÊ dará suporte através da destinação de recursos, capacitação inicial, apoio técnico e suporte durante todo o processo de seleção de projetos e realização. Quais projetos e como serão realizados serão decisões a serem tomadas pelos coletivos. Através da criação de conexões, habilidades e aprendizados, os coletivos terão condições de dar continuidade às ações de sustentabilidade.

“Por constituírem espaços de aprendizado, nos coletivos das Escolas Climáticas os processos são tão importantes quanto os resultados. Os encontros formativos têm o objetivo de estimular o protagonismo juvenil e fomentar a autonomia dos coletivos socioambientais para que as ações não acabem junto com o projeto. Estudantes, professores e pais que passarem pelas Escolas Climáticas vão conhecer exemplos de ações de sustentabilidade que podem ser replicadas e que fazem a diferença na adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e no enfrentamento da crise ambiental.” Andrea Pupo, educadora ambiental do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e coordenadora da iniciativa.