Patrocinado pela Petrobras, Projeto “Semeando Água”, ensina método sustentável de uso de solo e modelos de restauração florestal a proprietários rurais da região
Durante a manhã dessa quinta-feira, 28 de maior, o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas realizou o terceiro Curso do projeto “Semeando Água”, com o objetivo de capacitar produtores rurais, representantes de prefeituras e técnicos de Casas de Agricultura (CATI) a converterem a pastagem convencional para o pastoreio rotacional, além de apresentar os modelos de restauração florestal utilizados nas propriedades rurais parcerias do projeto.
Pesquisadores e técnicos do projeto “Semeando Água, contextualizaram a realidade do Sistema Cantareira, explicando como os diferentes usos do solo interferem diretamente na provisão e qualidade da água que vão para os reservatórios que compõe esse importante sistema de abastecimento. “Estudos do IPÊ mostram que aproximadamente 50% da região do Cantareira é composta por pastagens degradas e 12% é cultura de espécies que não são nativas da Mata Atlântica, como o eucalipto, por exemplo.”, explica Alexandre Uezu, coordenador do projeto.
Abordou-se também a situação das Áreas de Preservação Permanente – APPs da região do Sistema Cantareira que estão, em sua maioria, descoberta por floresta nativa. “60% das áreas que deveriam ter floresta, por lei, estão sendo utilizadas de outras formas. Isso está intimamente ligado à contribuição que o solo tem no armazenamento de água nos lençóis freáticos. Se o solo está descoberto, sua função de absorção fica comprometida. Precisamos considerar esse dado para reverter, em longo prazo, a crise hídrica”, finaliza ele.
Os participantes conheceram, na prática, as vantagens e benefícios da implantação do manejo ecológico de pastagem como um aliado importante na recuperação do solo; além de conhecerem os modelos de restauração em APPs que vêm sendo testados nas unidades demonstrativas do projeto.
A capacitação está prevista no “Semeando Água” e tem o objetivo de apresentar os primeiros resultados aferidos com as intervenções realizadas durante dois anos em municípios que compõem o Sistema Cantareira. A proposta é que essas propriedades parceiras se tornem “vitrines” e disseminadoras de práticas mais sustentáveis de utilização de uso do solo e da importância das APPs para a conservação da água.