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Água é consequência de uma série de ações. Conhecer como está a conservação da região do Cantareira e as soluções encontradas para sua longevidade é importante para saber como ela chega à sua torneira
Melhorar o uso do solo na região do Sistema Cantareira, por exemplo, é estratégico para produtores rurais, comunidades locais e para a população dos grandes centros e empresas abastecidas pela água que vem de lá. Esse tem sido, portanto, um dos focos de atuação do Projeto Semeando Água.
Veja, abaixo, o panorama atual do Sistema Cantareira e os avanços que o Projeto tem feito para solucionar seus principais desafios.
Panorama da região do Cantareira
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- 46% do Sistema Cantareira é ocupado por pastagens, em geral, degradadas, que prejudicam a infiltração da água da chuva no solo e, consequentemente, o abastecimento do Sistema.
- 60% das áreas próximas às nascentes e rios precisam ser reflorestadas. Isso significa plantar 35 milhões de árvores em uma área de 21 mil hectares (o equivalente a 21 mil campos de futebol).
- As consequências desse cenário vão além das porteiras das propriedades rurais: influenciam na qualidade e na quantidade de água que chega ao Sistema Cantareira.
- Por conta da degradação do solo, a produção rural é caracterizada por baixos rendimentos. A renda média por domicílio é inferior ao salário mínimo (dado do IBGE/2010).
- 5 anos antes do início da crise hídrica, em 2010, o Sistema Cantareira estava com 99% da capacidade. Em 2015, a capacidade era de -24%, o que revela a baixa resistência do Sistema aos períodos mais secos.
- Desde a crise hídrica, mesmo recebendo as contribuições da Bacia do Rio Paraíba do Sul e do Sistema São Lourenço, a capacidade do Sistema Cantareira permanece a maior parte do tempo na faixa entre 40% e 60%, em uma situação conhecida como estado de atenção.
Avanços obtidos pelo Projeto Semeando Água
- Mais de 144 mil árvores plantadas no Sistema Cantareira pelo Semeando Água. Isso representa o reflorestamento de mais de 72 hectares de áreas próximas de nascentes, rios e reservatórios. São as chamadas Áreas de Proteção Permanente.
- 324 produtores rurais e técnicos capacitados em práticas de Produção Sustentável.
- 2.467 estudantes e professores participaram de ações de educação ambiental em 6 Escolas Climáticas.
- Transformação de 110 hectares de pastagem convencional para pastagem ecológica.
- 17 Unidades Demonstrativas e ações implementadas em 47 propriedades rurais.
- Além dos benefícios sociais, econômicos e ambientais, essas áreas também têm como função inspirar outros produtores rurais a replicarem o modelo nas propriedades.
- Produtores que investiram nas ações do Projeto aumentaram a produção e a infiltração da água da chuva no solo.
O Projeto Semeando Água trabalha para ganhar escala e levar esses benefícios a mais produtores. Dessa forma, contribui também, cada vez mais, com o aumento da segurança hídrica de quem depende da água do Sistema Cantareira.
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Mapa do uso do solo (2011) no Sistema Cantareira mostra que boa parte das terras no entorno dos reservatórios encontra-se degradada.
Fonte: Uezu et al. 2017