A região do Sistema Cantareira abrange cerca de 230 mil hectares. Os reservatórios de água ocupam apenas 5% desse território. Imagine a quantidade de água da chuva que poderia entrar no Sistema Cantareira se encontrasse as condições necessárias para infiltrar no solo de forma adequada?
Isso porque o lugar mais apropriado para guardar água da chuva é o subsolo, ou melhor, o lençol freático. Quando isso acontece, a água é liberada aos poucos até chegar nos reservatórios, o que é eficiente para o aumento da segurança hídrica.
Porém, na maior parte do solo do Sistema Cantareira, que está degradado, a água da chuva escoa em grande parte pela superfície, carregando terra e nutrientes de forma excessiva e descontrolada para dentro dos reservatórios. Isso pode dar a impressão de que é bom, mas na verdade essa situação prejudica a qualidade da água e empobrece ainda mais o solo.
Vista da represa Jaguari, em Bragança Paulista (SP)
O esquema acima mostra como a água da chuva abastece o lençol freático, que por sua vez alimenta os corpos d’água, como rios, lagos e reservatórios.
Mudanças do clima influem nas chuvas e secas da região
As mudanças climáticas são, ainda, um agravante na região, já que vão tornar o regime de chuvas mais incerto, alternando longos períodos de estiagem com chuvas intensas concentradas em curtos períodos. Os efeitos desse cenário serão sentidos pelo produtor rural, mas também por quem depende dessa água nos grandes centros, pois haverá períodos prolongados de cheia e outros de escassez da água no reservatório, quando o desejável seria a estabilidade proporcionada pelo abastecimento natural dos lençóis freáticos.
Por esse motivo, o projeto Semeando Água atua para reflorestar a região onde está o Sistema Cantareira e educar produtores rurais, empresas e população do entorno ou das regiões abastecidas pelo Sistema sobre a importância do uso da terra para a segurança hídrica.