No dia 30 de janeiro, o projeto Semeando Água realizou uma oficina sobre compostagem no Instituto Casológica, no bairro Mascate, em Nazaré Paulista. O Instituto trabalha no resgate aos valores de respeito pela natureza, consumo consciente e reaproveitamento, para construir uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável. A oficina teve como instrutor Rafael Greco, que é o criador do Instituto, biólogo e especialista em educação ambiental e compostagem e atua para reduzir os impactos humanos que levam à degradação do meio ambiente. Greco faz isso através do oferecimento de produtos e serviços para as pessoas que precisam de ajuda para cuidar da natureza. Uma dessas formas é com a compostagem. Saiba porque ela é importante.

A oficina teve início com uma dinâmica de separação de resíduos sólidos conduzida por Andrea Pupo, coordenadora de Educação Ambiental do Projeto Semeando Água, uma iniciativa do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Isabela Volpato, educadora ambiental. 

Os participantes receberam materiais diversos (papel, metais, plásticos, orgânico, eletrônicos) para serem classificados entre as categorias: orgânico, reciclável e rejeito. O passo seguinte à separação é a sua destinação. Para onde vão os resíduos? O tema foi debatido entre os participantes que puderam esclarecer as dúvidas que surgiram a partir da atividade com os especialistas. 

Orgânicos são os resíduos proveniente de materiais naturais: restos de alimento, cascas, folhas, aparas de grama – tudo o que é proveniente da natureza e pode ser retornado a ela. A compostagem é a decomposição destes resíduos, que pode ser realizada por diferentes técnicas. A vantagem é que, depois de passar por esse processo, o resultado final pode ser utilizado como adubo. 

 Recicláveis são os materiais industrializados que podem retornar para a indústria para serem utilizados como matéria-prima para a produção de outros produtos – como alumínio, plástico, vidro e papel. Para que a reciclagem aconteça é preciso que os materiais recicláveis tenham a destinação correta, sendo encaminhados para a coleta seletiva. Nem todos os municípios fazem o recolhimento dos resíduos recicláveis, mas é possível entrar em contato com catadores informais, cooperativas ou empresas de coleta, que realizarão a destinação correta dos materiais. A reciclagem é a última etapa dos 5 Rs, que são: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. 

Rejeito é tudo aquilo que não se encaixa nas duas categorias anteriores e deve ser encaminhado aos aterros sanitários, como papel higiênico, absorventes e fraldas descartáveis e embalagens que tenha sua limpeza impossibilitada (engorduradas). Quando resíduos orgânicos, recicláveis e rejeitos são misturados não há como reaproveitá-los, nem para a compostagem e nem para a reciclagem. Tudo se transforma em rejeito. Os aterros possuem capacidade limitada e as áreas não podem ser utilizadas para outras finalidades após o seu fechamento. 

Na sequência Rafael Greco aprofundou os conhecimentos de todos em relação ao processo de compostagem, detalhando quais resíduos orgânicos podem ser incorporados e quais devem ser evitados. Também foi apresentado o passo a passo do cuidado com a composteira, ou seja, seu manejo. O composto leva cerca de 60 dias para ficar pronto e deve ser revirado periodicamente para misturar os materiais e melhorar a distribuição do calor gerado pelo processo de decomposição.  

Na parte da tarde, foi realizada uma caminhada pela propriedade, onde os participantes puderam ver na prática os diferentes tipos de processos de compostagem: em caixas (mais utilizada em áreas urbanas) e em leiras (utilizada em áreas rurais), técnica que comporta uma quantidade maior de resíduos. 

A força da coletividade 

Ao final da oficina, os participantes ressaltaram que para além do conhecimento adquirido a troca de experiências e compartilhamento das dificuldades cotidianas auxilia na criação de laços para a solução de problemas socioambientais. As pessoas não se sentem mais sozinhas na resolução de seus problemas e estão criando redes de apoio. 

As possibilidades econômicas apresentadas pela oficina também foram apontadas como inovadoras. A transformação do “lixo” em adubo pode tanto reduzir custos dos insumos necessários à produção rural ou ser vendido para a jardinagem ou pequenas hortas, tornando-se uma fonte de renda. 

Os participantes saíram da oficina inspirados por novos hábitos. Ao falar sobre a importância da coleta seletiva e reciclagem, realizaram uma reflexão sobre a grande quantidade de resíduos que são gerados cotidianamente e a necessidade de difundir o consumo consciente para sua redução.