Cerca de 40 moradores de Nazaré Paulista, em especial dos Bairros Moinho, Cuiabá e entorno, participaram de Oficina de Compostagem, no sábado 31 de agosto, no IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. A ação faz parte de uma parceira entre o IPÊ e a Prefeitura de Nazaré Paulista que envolve a implementação de lixeira no Bairro do Moinho I. A novidade terá dois compartimentos: resíduo comum X material reciclável. “Com a oficina de compostagem buscamos levar informação para reduzir o volume de resíduo orgânico na lixeira. Cascas de frutas, legumes e ovos, além da borra de café estão entre os resíduos que podem ser transformados em adubo de excelente qualidade nas composteiras”, comentou Andrea Pupo, coordenadora de educação ambiental do Projeto Semeando Água, uma realização do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal.
A programação teve início com apresentação de Andrea sobre o contexto dessa ação. “No Bairro do Moinho I onde está localizado o IPÊ, o material para construção da lixeira de alvenaria foi adquirido pelo Instituto e a mão de obra ficou por conta da prefeitura. O poder público ficou de mobilizar profissionais que já trabalham na área de material reciclável. A ideia é a de que a lixeira no Moinho I funcione como um modelo que pode ser replicado em outros bairros do município”, pontuou Andrea Pupo.
Wagner Trintino, voluntário na Uniluz, espaço de vivências também localizado no Moinho I, destacou dois benefícios do adubo obtido pela compostagem. “As pessoas que levaram esse composto para casa notaram que a brotação e a floração ficaram mais aceleradas; por da quantidade de nutrientes”.
Composteira no chão
Durante a oficina, o grupo teve a oportunidade de conferir dois modelos de composteiras: em alvenaria (fechada inclusive embaixo) e em baldes. O primeiro foi apresentado por Wagner, voluntário na Uniluz e o segundo, em baldes, ficou sob a orientação de Graça Fagundes, consultora do Projeto Semeando Água na implementação das composteiras e hortas nas escolas municipais de Nazaré Paulista.
Wagner explicou que a transformação dos resíduos em adubo leva em média três meses. “Tudo começa com a separação dos resíduos em tambores, esse material vem para a composteira e é colocado em camadas intercaladas com folhas secas. Toda a vez que incluímos resíduos no sistema precisamos cobri-los com folhas secas. Colocamos na composteira apenas resíduos in natura. Alimentos cozidos e temperados não entram. Como a composteira fica coberta por telhas – o que reduz a oxigenação – facilito o processo para as minhocas com a revira (que é a mudança do material para o compartimento ao lado). O chorume rico em nutrientes é devolvido para sistema fechando o ciclo. O composto é utilizado nos jardins e na horta”.
Composteira de balde
Três baldes iguais são necessários para o sistema de composteira em balde. A principal vantagem é o tamanho, até mesmo quem vive em um pequeno apartamento pode ter uma. A consultora Graça Fagundes recomenda a reutilização do compartimento plástico. “Baldes que a princípio armazenaram produtos utilizados em padarias ou produtos de piscina são exemplos de materiais que podem ter um novo uso com as composteiras”
Nos dois baldes que vão ficar na parte superior faça furos na base. Para isso utilize uma broca número 4. Os três baldes ganham furos nas laterais na parte superior com o objetivo de permitir a troca de ar.
No balde que ficará na base faça também uma abertura na lateral – utilize broca e faca – para colocar a torneira, por onde o chorume será eliminado. Mas aproveite esse nutritivo líquido nas plantas, para isso basta diluí-lo em água, na proporção de 01 litro de chorume para de 10 a 15 litros de água. (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/noticias/?p=189187)
Na base do terceiro balde coloque uma camada de húmus com minhocas californianas e na sequência os resíduos orgânicos. Cubra tudo com folhas secas. Diante de um volume considerável de resíduos, intercale camadas desse material com folhas secas. A quantidade de folhas que deve ser colocada é aquela que cobre cada camada de resíduos orgânicos.
Segundo Graça, quando o primeiro balde (do topo) estiver cheio, troque esse balde de posição com o balde que estava logo abaixo e repita o mesmo processo de intercalar as camadas. “O tempo necessário para encher o segundo balde é o mesmo para que o composto do primeiro recipiente se transforme em adubo de excelente qualidade. Peneirar é uma forma de evitar que as minhocas que talvez estejam no composto sejam perdidas no jardim”.
Dicas
- Para evitar mosquitos a dica é deixar o sistema coberto, de forma que os insetos não tenham acesso.
- O que não deve ser colocado na composteira: casca de cebola, casca de alho, laranja, limão e abacaxi.
- Serragem também pode ser utilizada como matéria seca, prefira a grossa.
- Amasse as folhas grandes para que fiquem pequenas e ajudem a cobrir melhor os resíduos.
- A quantidade de folhas recomendada é aquela que cobre a camada de resíduos orgânicos. Folhas em excesso tornam o processo mais lento.
- Alimentos cortados facilitam a decomposição dos alimentos.
- Na composteira de baldes, separe as sementes e antes de colocá-las no sistema, passe tudo no liquidificador e coe. Depois dessa etapa as sementes podem ser incluídas e assim você não corre o risco de ter uma série de alimentos nascendo nos seus vasos, jardins e hortas. Aproveite essa água para regar as plantas.
- Providencie matéria seca com antecedência e faça um estoque para enfrentar os dias chuvosos.
- Na composteira de alvenaria se precisar resgatar as minhocas, coloque um saco plástico repleto de furos – e com matéria orgânica dentro – sobre o Sistema. As minhocas serão atraídas pelos resíduos e vão entrar no saco pelos furos.