No dia 14 de março o Projeto Semeando Água promoverá um evento para discutir a importância do uso do solo na região do Sistema Cantareira. O local de realização será o Salão Azul da Prefeitura de Piracaia, das 8:30 às 16:30. O Sistema Cantareira não é composto apenas por seus cinco reservatórios interligados, mas compreende uma área de 2.278,0 quilômetros quadrados que abrange doze municípios: Camanducaia, Extrema, Itapeva e Sapucaí-Mirim no Estado de Minas Gerais e Bragança Paulista, Caieiras, Franco da Rocha, Joanópolis, Nazaré Paulista, Mairiporã, Piracaia e Vargem no Estado de São Paulo.
As represas são responsáveis apenas pelo armazenamento da água. Seu abastecimento é proporcionado pelas nascentes presentes em milhares de propriedades rurais. Por esse motivo não basta torcer pela chuva, é preciso aumentar sua infiltração no solo para a recarga dos lençóis freáticos, o que mantem os níveis dos reservatórios mais estáveis ao longo do ano. Para isso é necessário restaurar solos degradados que dificultam a infiltração da água.
A recomposição da mata nativa em áreas prioritárias para a recarga hídrica – entorno de nascentes, rios e reservatórios e a promoção de boas práticas em propriedades rurais, através da transição para Sistemas Produtivos Sustentáveis, são ações desenvolvidas pelo Projeto Semeando Água, uma iniciativa do IPÊ, Instituto de Pesquisas Ecológicas, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
No evento Flavio Baracho, zootecnista e especialista em nutrição de ruminantes, apresentará técnicas que trazem diversos benefícios, como a possibilidade de manter mais animais em uma mesma área, com melhor qualidade de pasto. A implantação de 100 hectares de Manejo da Pastagem Ecológica integra o programa Refloresta, uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL). A adoção de boas práticas em propriedades rurais tem o potencial não apenas de contribuir com a conservação do solo e da água, mas também aumentar a produtividade e, consequentemente, os resultados econômicos da produção.
No período da tarde os participantes serão divididos em grupos para abordar as principais barreiras à adoção desta técnica por proprietários rurais, além de levantar possíveis incentivos para a mudança deste cenário, que serão reunidos em um documento síntese.
A fim de desenvolver estratégias integradas convidamos membros dos poderes executivo e legislativo, servidores públicos que atuam em órgãos ligados ao meio ambiente, agropecuária e desenvolvimento rural, técnicos extensionistas e produtores rurais para abordar a importância do uso do solo na região e construir conjuntamente propostas de soluções locais para o desenvolvimento social, ambiental e econômico do Sistema Cantareira.
As inscrições podem ser realizadas através do link ou envie mensagens para (11) 97297 3516.
Confira a programação completa abaixo:
8:30 – Credenciamento
9:00 – Abertura [Simone Tenório – Projeto Semeando Água/IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas]
9:30 – Emissões de Gases de Efeito Estufa e Soluções para Mitigação [David Tsai – Observatório do Clima/SEEG]
10:30 – Conservação de solo e água: técnicas e benefícios para provisão de água [Prof. Dra Maria José Zakia – Consultora Ambiental]
11:00 – Intervalo
11:15 – Sistemas Produtivos Sustentáveis: Manejo da Pastagem Ecológica [Flavio Baracho – Fazenda Ecológica/Projeto Semeando Água/IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas]
12:00 – Apresentação de experiências, resultados e relatos dos beneficiários que promoveram a transição para o Manejo da Pastagem Ecológica [Projeto Conexão Mata Atlântica – Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (SEMIL)]
12:45 – Almoço
13:45 – Mesas de discussão temáticas para a construção de diretrizes regionais para o desenvolvimento do território
15:15 – Apresentação das discussões e fechamento do documento final
16:30 – Encerramento
Palestrantes:
Simone Tenório – Projeto Semeando Água/IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas
Bióloga formada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, pós-graduada em Gestão de Negócios e Tecnologia pelo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável pela ESCAS/IPÊ e Doutoranda em Desenvolvimento Econômico no Instituto de Economia da Unicamp. Tem como áreas de atuação projetos relacionados ao monitoramento e conservação da biodiversidade, geração de renda e bioeconomia, restauração florestal e sistemas produtivos além de valoração de serviços ecossistêmicos e do Capital Natural. Atualmente é coordenadora da frente de Políticas Públicas e Desenvolvimento Econômico Territorial do Projeto Semeando Água.
David Tsai – Observatório do Clima
Coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima. Engenheiro Químico pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Com o propósito de solucionar problemas socioambientais também cursou Geografia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, também da USP. Gerente de projetos no Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), onde atua desde 2007. No instituto, coordena uma plataforma nacional sobre a qualidade do ar, realizada em parceria com órgãos estaduais de Meio Ambiente, com foco no monitoramento de poluentes atmosféricos. No campo das mudanças climáticas, Tsai participou da elaboração de uma série de inventários oficiais de emissões de gases de efeito estufa relacionados à atividade de transporte, colaborando com o Ministério do Meio Ambiente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres e a Agência Nacional de Aviação Civil.
Zezé Zakia – Consultora Socioambiental
Engenheira Florestal, Mestre em Recursos Florestais e Doutora em Ciências da Engenharia Ambiental pela USP. Foi Pesquisadora e Consultora do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) e da Sociedade Brasileira de Silvicultura, Professora Credenciada da Pós-Graduação em Recursos Florestais da USP de 2001 A 2006. Também trabalhou na Votorantim Celulose e Papel (VCP) nas áreas ambiental e relacionamento socioambiental. Atualmente é Consultora na área socioambiental e Assessora do Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais, onde coordenou o Grupo de Trabalho de Apoio a Políticas Públicas Florestais (GTPP) de 2012 a julho de 2018. Atualmente é Professora convidada no Mestrado Profissionalizante da Escola de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS/IPÊ) e Professora credenciada do curso de Pós-graduação em Recursos Florestais na FCA/UNESP.
Flavio Baracho – Fazenda Ecológica/IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, Projeto Semeando Água
Graduado em zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa, pós-graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em nutrição de ruminantes pelo programa de pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Alagoas e consultor da Fazenda Ecológica. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Produção e Nutrição de ruminantes, Pastagem Ecológica – Sistema Voisin, Silvipastoril e Sistemas Agroflorestais. Baracho lidera a implementação de 100 hectares de Manejo da Pastagem Ecológica pelo projeto SEMIL
Conexão Mata Atlântica – SEMIL
O Projeto “Recuperação de Serviços de Clima e Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira” – Conexão Mata Atlântica tem o objetivo de aumentar a proteção da biodiversidade e da água e combater as mudanças climáticas. Para isso, promove atividades de conservação e restauração da vegetação nativa, adoção de sistemas mais produtivos e melhoramento da gestão de unidades de conservação. No Estado de São Paulo, os responsáveis pela execução do Projeto são a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – SEMIL, a Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade, da SEMIL, e a Fundação Florestal. Suas ações estão orientadas por componentes, de acordo com objetivos específicos, e os chamamentos para participação da sociedade são feitos por meio de editais. Todas as atividades de pagamentos por serviços ambientais e certificação e cadeia de valor sustentável envolvidas no Projeto dependem fortemente da participação de proprietários ou legítimos possuidores de imóveis rurais.