Resumo sobre o Projeto Semeando Água é selecionado para apresentação no Simpósio Educação Ambiental e Transição para Sociedade Sustentáveis, que será realizado no fim de novembro (29 e 30 de novembro), no Anfiteatro da Esalq – Pavilhão de Engenharia e no Sesc Piracicaba. A iniciativa é do Laboratório de Política e Educação Ambiental (Oca/Esalq) e do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – Funbea.
Escrito por Andrea Pupo, coordenadora de educação ambiental do projeto Semeando Água, o documento “Projeto Semeando Água – Incentivando a produção rural aliada às práticas conservacionistas para alcançar a segurança hídrica no Sistema Cantareira” destaca que praticar agricultura sustentável é possível, modificando práticas produtivas com produção orgânica, controle biológico de pragas, implantação de corredores ecológicos e recuperação de áreas degradadas. Os serviços ecossistêmicos, como polinização e a provisão de água também são destaques. A educadora reforça que a água, tema central do Projeto, seja para o uso nas atividades do cotidiano ou para atividades produtivas, depende diretamente da conservação da vegetação nativa, de toda a rede de interações com a fauna e do manejo adequado do solo.
Entre os principais desafios na área de atuação do Projeto que atua em oito municípios (Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista e Piracaia, em São Paulo, além de Camanducaia, Extrema e Itapeva, em Minas Gerais) está o uso do solo. Diagnóstico realizado pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, por meio de interpretação de imagens de alta resolução (< 1m), revela um grande passivo ambiental, onde cerca de 60% das APPs (Áreas de Preservação Permanente) hídricas estão desprotegidas e precisam ser restauradas (Uezu et al 2017). Além disso, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a região apresenta baixa produtividade, refletindo baixo rendimento às famílias. O Sistema Cantareira conecta dois maciços florestais importantes de Mata Atlântica: as Serras da Cantareira e Mantiqueira e abriga espécies ameaçadas de extinção.
Diante desse contexto, a transição para sociedades sustentáveis na região implica em: restaurar Áreas de Preservação Permanente (APPs) hídricas e melhorar o manejo de áreas produtivas degradadas. Especialmente as pastagens, apresentam compactação e exposição do solo, que levam a processos erosivos, perda de fertilidade e assoreamento dos corpos hídricos. Nas atividades do projeto, a equipe adota estratégias que favorecem a reflexão sobre a complexidade do contexto real e a respeito do desenvolvimento de atitudes que levem à conservação da biodiversidade e ao desenvolvimento sustentável.
Mais informações: http://ocausp.wixsite.com/cursos/simposio