No dia 13 de junho o Projeto Semeando Água participou do Seminário Segurança Hídrica junto a especialistas e organizações socioambientais na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). O evento organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista debateu a construção de soluções para a proteção das águas no Estado de São Paulo.
O Projeto Semeando Água, uma iniciativa do IPÊ, Instituto de Pesquisas Ecológicas, patrocinado pela Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, visa fortalecer a segurança hídrica do Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de mais de 7 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo. Simone Tenório, coordenadora de Políticas Públicas e Desenvolvimento Econômico Territorial, apresentou as ações desenvolvidas e a importância da estratégia integrada que envolve Restauração Florestal, Sistemas Produtivos Sustentáveis, Educação Ambiental e Políticas Públicas.
“A impressão que se tem é que as pessoas desconhecem a origem da água que utilizam diariamente e acham que os reservatórios que compõe o Sistema Cantareira são abastecidos somente pela chuva. Para que os níveis dos reservatórios se mantenham mais estáveis no longo prazo é preciso cuidar do solo em toda a bacia hidrográfica que abastece o Sistema, o que necessita o envolvimento de diversos setores da sociedade.” explica Tenório.
A recuperação de solos degradados é uma das principais estratégias para a conservação dos recursos hídricos, especialmente em áreas de Preservação Permanente (APPs) – áreas ao redor de nascentes, rios e corpos d’água. A presença de vegetação nestas áreas deixa o solo mais permeável, permitindo que a água infiltre no solo para o reabastecendo os lençóis freáticos, ou seja, promove a recarga hídrica. A restauração de APPs já está prevista no Código Florestal, mas ainda há um déficit de 21 mil hectares (o equivalente a 21 mil campos de futebol) a serem recuperados. Se formos “traduzir” em número de árvores, seriam 35 milhões de mudas a serem plantadas.
“Na Mata Atlântica, bioma onde está inserido o Sistema Cantareira, é preciso conservar a floresta para continuarmos tendo água. Para que ações de conservação ganhem escala são necessárias políticas públicas que incentivem e apoiem os moradores do território, em especial os produtores rurais que são os grandes protagonistas na produção de água.” ressalta Tenório.
Participaram do debate Samuel Barreto, gerente nacional da The Nature Conservancy; Gustavo Veronese, geógrafo da Fundação SOS Mata Atlântica e Roberto Resende, presidente da Iniciativa Verde. Marina Helou, deputada estadual (Rede), destacou a necessidade destes temas estarem mais presentes no legislativo e ao alcance da população.
“Existe uma dificuldade de mobilizar a opinião pública de que esse é um desafio urgente. No dia a dia, as pessoas abrem a torneira e sai água. Então, a gente não percebe de fato o problema, até um dia em que a gente abre e não sai mais. A partir disso, vira algo importantíssimo. Portanto, é algo que precisamos resolver já”
Assista o evento: