O Projeto Semeando Água, do IPÊ, realizado na região do Sistema Cantareira, em São Paulo e Minas Gerais, celebra uma nova parceria. O termo de colaboração assinado com o Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL-SP) possibilitará a expansão de ações para a conservação dos recursos hídricos do Sistema Cantareira para mais 160 hectares na região nos próximos dois anos.

A parceria é uma iniciativa do Programa Refloresta-SP, coordenado pela SEMIL, conjuntamente com a ARSESP – Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo, e tem como objetivo conjugar esforços para a recuperação dos mananciais da região através da implantação de projetos de restauração ecológica e sistemas produtivos sustentáveis. O IPÊ, Instituto de Pesquisas Ecológicas atua há mais de 25 anos na região, que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) Cantareira, trabalhando o envolvimento e integração de diferentes atores locais, para a construção de uma governança compartilhada.

A recuperação do solo é uma das ações mais importantes a ser realizada para aumentar a resiliência do Sistema, ou seja, sua capacidade de recuperação frente a eventos extremos, como chuvas intensas e períodos de seca prolongados – uma situação comum no atual cenário de mudanças climáticas. As chuvas intensas em solos descobertos por vegetação arrastam para dentro de nascentes, rios e reservatórios uma grande quantidade de terra e outros sedimentos que agravam seu assoreamento. O escoamento veloz da água, as enxurradas, também são responsáveis pela retirada da camada mais superficial do solo, o que acarreta em seu empobrecimento e perda de fertilidade.

“Diminuir a velocidade do escoamento da água e aumentar sua porosidade é um dos principais métodos para garantir a infiltração da água nos lençóis freáticos, aumentando o tempo de retenção da água na bacia hidrográfica, assim como a qualidade da água utilizada para abastecimento. A recarga dos aquíferos possibilita que os níveis dos reservatórios se mantenham mais estáveis ao longo do ano.”

explica Alexandre Uezu, coordenador do projeto Semeando Água, uma iniciativa do IPÊ, patrocinado pela Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental.

Serão implantados 100 hectares de pastagem ecológica, 50 hectares de florestas multifuncionais e 10 hectares de restauração ecológica. O manejo de pastagem ecológica visa melhorar a qualidade do solo, e consequentemente do alimento disponível aos animais. Através desta técnica é possível aumentar o número de animais por área, além de diminuir a infestação por parasitas, reduzindo os custos de produção. Nas florestas multifuncionais é possível obter diversos produtos para consumo e comercialização – como  madeira, óleos, frutos, resina, raízes, sementes e mel – e também contribuir para a regulação climática, através do armazenamento de carbono ao longo do crescimento das árvores. E a restauração ecológica, técnica utilizada para o retorno dos ecossistemas originais de uma região, que, além da recuperação da vegetação e do solo, também tem como objetivo o retorno dos serviços ecossistêmicos, os serviços prestados pela natureza, essenciais para a produção (como a polinização, dispersão de sementes e produção de água).

Tem interesse em fazer a conversão para um Sistema Produtivo Sustentável e contribuir para a conservação dos recursos hídricos? Confira AQUI se sua propriedade rural está inserida dentro da área do Sistema Cantareira