No dia 9 de maio o Semeando Água recebeu pessoas muito importantes no cotidiano escolar: as merendeiras, auxiliares de cozinha e profissionais de limpeza das escolas municipais e creches de Nazaré Paulista. As profissionais participaram de uma oficina de reciclagem e compostagem realizada pela equipe de Educação Ambiental do projeto Semeando Água – uma iniciativa do IPÊ, Instituto de Pesquisas Ecológicas, patrocinado pela Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental. A oficina contou com a presença de Daniela Zanoni, diretora do departamento de educação do município.

A atividade teve como objetivo incluir estas profissionais em ações que possam trazer mais sustentabilidade às unidades educacionais. Ao aprender um pouco mais sobre o destino dos resíduos sólidos, popularmente chamado de lixo, cada participante pode refletir sobre questões ambientais e sobre como cada uma pode contribuir com a conservação do meio ambiente em seu trabalho cotidiano.

Andrea Pupo, coordenadora de educação ambiental, ressaltou que as participantes também são educadoras e importantes aliadas da educação pelo exemplo. Os alunos passam muito tempo na escola e aprendem não somente nas aulas, mas também através delas, observando todas as ações que ocorrem dentro da escola. Ao ver a comunidade escolar engajada na destinação correta dos resíduos sólidos, maiores serão as possibilidades de adotarem essa prática em casa, transmitindo os conhecimentos adquiridos a seus familiares.

A oficina teve início com uma atividade prática de separação de resíduos. Divididas em grupos, as participantes separam o “lixo” nas categorias: recicláveis, compostáveis e rejeito. Em seguida, compartilham as dúvidas que surgiram da atividade. 

Orgânicos são os resíduos proveniente de materiais naturais: restos de alimento, cascas, folhas, aparas de grama – tudo o que é proveniente da natureza e pode ser retornado a ela. A compostagem é a decomposição destes resíduos, que pode ser realizada através de diferentes técnicas. A vantagem é que, depois de passar por esse processo, o resultado final pode ser utilizado como adubo.

Recicláveis são os materiais industrializados que podem retornar para a indústria para serem utilizados como matéria prima para a produção de outros produtos – como alumínio, plástico, vidro e papel. Para que a reciclagem aconteça é preciso que os materiais recicláveis tenham a destinação correta, sendo encaminhados para a coleta seletiva. Nem todos os municípios fazem o recolhimento dos resíduos recicláveis, mas é possível entrar em contato com catadores informais, cooperativas ou empresas de coleta, que realizarão a destinação correta dos materiais. A reciclagem é a última etapa dos 5 Rs, que são: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar.

Rejeito é tudo aquilo que não se encaixa nas duas categorias anteriores e deve ser encaminhado aos aterros sanitários. Pupo relembrou às participantes que as prefeituras precisam pagar por cada tonelada de rejeitos que são encaminhados para os aterros sanitários. Logo, quanto menos lixo for destinado aos aterros, menores são os custos para o poder público, e menor o impacto ambiental que esses espaços causam. Os aterros possuem capacidade limitada e as áreas não podem ser utilizadas para outras finalidades após o seu fechamento. 

A partir desta explicação, Pupo convidou as participantes a repensarem expressões como “jogar fora” e “jogar no lixo”, pois se o lixo vai para os aterros sanitários, esta ação não é de graça e tem um custo, que é pago através dos impostos dos cidadãos. Sobre a expressão “jogar fora”, as participantes tiveram que refletir sobre “onde é fora?” 

Algumas escolas e creches do município já estão realizando a destinação correta de seus resíduos sólidos. Elizabeth Gonzales, funcionária da área de limpeza da creche Santa Clara conta que a adesão foi um pouco baixa no início do processo, mas um tempo depois conquistou o envolvimento de cada vez mais participantes. 

“Na Santa Clara os vizinhos, professoras, funcionários, todo mundo leva o lixo lá” 

A escola recebeu uma bag (recipiente para armazenamento) e através de uma parceria com a Reciclagem Lapell tem seus resíduos coletados a cada 15 dias. Gonzales conta que a iniciativa está dando super certo, superando a quantidade de recicláveis coletados esperada.

“Tivemos até que chamar para recolher mais cedo por causa da quantidade”

Após a atividade, as participantes compartilharam quais os entraves para a destinação correta dos resíduos sólidos em suas unidades educacionais. Um dos principais pontos levantados foi a necessidade do envolvimento de toda a comunidade escolar: diretoria, professoras, monitoras, alunos, pais, funcionários. 

Quando se transforma uma prática sustentável em um hábito, ele se integra às nossas ações cotidianas. Ao compreender a necessidade e propósito de nossas ações nos tornamos mais conectados ao nosso entorno e protagonistas da construção de um mundo melhor.